Ainda no mês de Fevereiro, bem no finalzinho, recebi um convite para participar do CFORM/UnB, achei interessante e aceitei na hora, afinal estava precisando de algo que alimentasse minha inquietude. Mas até então ignorava o novo problema do Distrito Federal: o TRÂNSITO.
Esse trânsito de Brasília está cada dia mais insuportável, os engarrafamentos estão muito além do esperado, já houve dias em que gastei mais de duas horas para chegar na UnB, mas como tudo que fiz na vida foi a custa de muito esforço e determinação, aqui estou, buscando forças a cada dia para vencer esse novo obstáculo.
Mas, deixando as dificuldades de lado, vamos ao que interessa, tivemos uma Aula Inaugural, onde descobrimos o Centro de Formação Continuada para Professores da UnB, o CFORM, centro pensado para trazer o professor de volta à Universidade, não como aluno num curso longo, extremamente teórico, mas para despertar no profissional da educação o interesse pela pesquisa, bem como debater questões contemporâneas nossas, a fim de mudar os rumos da educação.
O primeiro momento foi com uma Palestra da Professora Stela Maris Bortonni-Ricardo, apresentando o problema do Letramento e uma série de questões a serem enfrentadas no ensino de Língua Portuguesa, desde as séries iniciais até o Ensino Fundamental anos finais e Ensino Médio.
No segundo dia, o encontro foi com os tutores que conduziriam nossa turma de tutores, tivemos aulas riquíssimas e saímos de lá ansiosos pelos próximos encontros. Vimos como as variações seguem regras lógicas dentro do idioma e que os falantes não assassinam a língua, muito pelo contrário, a língua que se quer trabalhar na escola, da forma como se trabalha é que está morta, pronta para ser dissecada e observada como um corpo inerte, empalhado que deve ser observado da mesma forma com se observa um corpúsculo de um inseto na aula de laboratório.
Ao percebermos a vida que a língua tem na boca dos falantes, logo nos damos conta de que o nosso trabalho está deficiente, e mais, tivemos uma formação deficiente, e precisamos nos debruçarmos sobre esses fenômenos linguísticos com postura de pesquisadores, pois só assim encontraremos um caminho de transição entre as variantes de baixo prestígio e as variantes de alto prestígio social.
Essas discussão perpassou várias aulas, ao estudarmos o Fascículo 5 do Módulo II, o qual traz uma rica discussão de Marcos Bagno a respeito das variações da língua e da necessidade de se trabalhar de forma coerente e não preconceituosa a fim diminuir o estigma sobre o jovem que não tem acesso real à língua padrão.
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