sábado, 23 de agosto de 2008

Variações Linguísticas

Há algum tempo estamos discutindo o processo de variação de uma língua, isto é, a forma como a estrutura da língua vai assimilando novos usos. E isso tem me deixado inquieta, pois se a língua muda de forma tão acentuada, o que fazer para ensinar a língua portuguesa padrão com suas peculiaridades gramaticais e conviver com as mudanças.Estamos diante de um impasse complexo: Alguns pensam em não corrigir a fala, outros acreditam que é fundamental corrigi-la, adequando-a à gramática normativa. E, como diria Pessoa, "assim nas calhas da roda, gira a entreter a razão" de forma que um número cada vez maior de seguidores das nomenclaturas e da gramática tradiconal, levantam bandeiras para julgar a fala das pessoas, nas ruas, nas escolas, nos hospitais, por toda parte, mesmo aquelas pessoas que nada tem a ver com a área de estudo da língua, julgam as pessoas capazes ou incapazes pelo uso que fazem da língua.  Mas, o único fato é que a língua é do falante e sem ele não existiria. Esse argumento se comprova a medida que avaliamos o Latim, por exemplo, que é uma língua com estrutura gramatical definida e bem descrita, mas sem falantes e por isso mesmo é uma excelentíssima Língua Morta. Isso prova que a vida da língua está intimamente ligada ao falante. Se a Lígua é do falante, como é que queremos enquadrá-la numa estrutura rígida e inflexível? 

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Caminhos e Descaminhos: uma relfexão sobre o fazer pedagógico

Sempre pensei sobre o meu processo de formação e sobre o prazer que sinto em trabalhar a educação, mas esse curso veio fortalecer essas inquietações que vivem dentro do meu ser. Pensar sobre o que é ser educador e como são os caminhos que percorro para a construção do meu fazer cotidiano leva-me a trajetos impensados...Desde o início desse curso sabia que seria avaliada pela produção de um blog. Agi maquinalmente, se esse é o instrumento avaliativo, vamos a ele. Até então tinha tentado fazer um blog, mas sem muito sucesso. O fato de não escrever diariamente fazia-me hesitar. Mas, como esse era o instrumento avaliativo, repito, passei a construção, da mesma forma como faria qualquer atividade que fosse proposta. Qual não foi a minha surpresa, quando o professor Dioney entra na sala e diz: “Só vou entrar nos blogs para os quais for convidado. Se quiserem ter minha presença e julgarem importantes os meus comentários, que façam o convite formal.”Minha primeira reação foi rir, achei aquilo muito engraçado, pois como o professor pede um instrumento avaliativo e só vai avaliar caso eu o convide? COMO???Esse como me levou mais uma vez aos caminhos e descaminhos do processo avaliativo, sempre tão presentes na prática pedagógica. Passei a ver as possibilidades de avaliação por um outro prisma. Até então, por mais formativo que fosse o processo, sempre pensei meios de estimular e até mesmo ‘coagir’ o aluno a produzir. Quando digo coagir, refiro-me às peripécias criativas com que amarro sempre todo o semestre ou bimestre letivo, levando o aluno a produzir, às vezes contra a sua própria crença em sua capacidade de produção de algo novo.Alguns questionamentos nasceram, até porque essa idéia ficou colada na minha cabeça, o que de imediato soou como inusitado, foi se consolidando e se materializando como um ideal a ser alcançado: alunos produzindo por vontade de ver nascer o novo; pessoas que apresentam seus trabalhos não como uma coisa pra ser lida apenas pelo professor. Isso implicará numa revolução no formato de escola que estamos acostumados a freqüentar, seja como aluno, ou como professor. A escola como está construída, com os seus paradigmas avaliativos, inclusive, engessa o processo de produção do conhecimento. E é por pensar nisso que levanto alguns questionamentos: Se estudamos para construção de conhecimento, por que fechamos o ciclo no professor que recebe a informação por nós registrada numa prova ou num seminário e não vamos além? Será que as coisas não caminhariam melhor caso nós nos sentíssemos tão à vontade com os nossos mestres que estivéssemos dispostos a dialogar com eles sobre os conhecimentos que produzimos? Afinal, para que estamos na escola e com que finalidade se constrói diálogos sobre tantas questões, sejam elas históricas, sociais, artísticas, exatas ou políticas?Pensamos projetos pedagógicos para discutir o papel social da literatura, o papel social da matemática, o papel social de tantas coisas, mas não pensamos qual o nosso próprio papel social  e como exercemos isso em nosso profissão.

domingo, 10 de agosto de 2008

O que é Gênero Textual e O que é Tipo Textual???

Os alunos sempre fazem confusão entre gêneros e tipo.

Ops... afirmação incompleta! Nós ainda fazemos muita confusão. Estamos certos de que só existem os gêneros textuais do Domínio Discursivo Literário e, dessa forma, embolamos todo o meio de campo na hora de trabalharmos os gêneros.

Para que essa confusão seja desfeita, precisamos saber três coisas:

1 - Tipo Textual: é um construto linguístico, serve para a expressão da intenção discursiva e por isso sua ocorrência é limitada a 5 tipos: Argumetação, injunção, exposição, narração e descrição.

2 - Gênero Textual: é uma realização social, histórica e cultural, serve para realizar discursos dentro de uma forma estável, mas não definitiva, circula socialmente e determina a formatação do texto. São ilimitados, pois a medida que a sociedade necessita, novos gêneros são criados. Os gêneros aparecem na formatação oral ou escrita. Ex.: aula expositiva, blog, crônica, artigo de opinião, carta pessoal, e-mail, palestra, seminário entrevista, e por aí vai...

3 - Dominío Discursivo: Há sempre uma relação de linguagem e poder impressa nesses dominios, estabelce uma contextualização entre o emissor e o receptor. Ex.: Dominio Jurídico, Dominio Acadêmico, Domínio Familiar, Dominio Virtual, Domínio Literário, entre tantos outros

A partir dessas três designações, podemos fazer uma classificação tipológica das mais variadas ocorrencias discursivas:

Ex.:

Dominio Discurivo Literário
Gênero: narrativa de ficcão - Subgêneros - conto, crônica, Romance, piada, novela
Tipos textuais mais recorrentes: narração, exposição e descrição.


Dominio Disucursivo Jornalistico
Gênero: artigo de opinião, ensaio, entrevista
Tipos textuais mais recorrentes: narração, exposição, argumentação e descrição


Se fizermos uma enorme lista, perceberemos que os tipos não mudam, eles são fixos e podem estar combinados entre si dentro de um mesmo texto. Da mesma forma os gêneros podem interagir na construção discursiva de forma ocorra a intergenericidade.