sábado, 23 de agosto de 2008

Variações Linguísticas

Há algum tempo estamos discutindo o processo de variação de uma língua, isto é, a forma como a estrutura da língua vai assimilando novos usos. E isso tem me deixado inquieta, pois se a língua muda de forma tão acentuada, o que fazer para ensinar a língua portuguesa padrão com suas peculiaridades gramaticais e conviver com as mudanças.Estamos diante de um impasse complexo: Alguns pensam em não corrigir a fala, outros acreditam que é fundamental corrigi-la, adequando-a à gramática normativa. E, como diria Pessoa, "assim nas calhas da roda, gira a entreter a razão" de forma que um número cada vez maior de seguidores das nomenclaturas e da gramática tradiconal, levantam bandeiras para julgar a fala das pessoas, nas ruas, nas escolas, nos hospitais, por toda parte, mesmo aquelas pessoas que nada tem a ver com a área de estudo da língua, julgam as pessoas capazes ou incapazes pelo uso que fazem da língua.  Mas, o único fato é que a língua é do falante e sem ele não existiria. Esse argumento se comprova a medida que avaliamos o Latim, por exemplo, que é uma língua com estrutura gramatical definida e bem descrita, mas sem falantes e por isso mesmo é uma excelentíssima Língua Morta. Isso prova que a vida da língua está intimamente ligada ao falante. Se a Lígua é do falante, como é que queremos enquadrá-la numa estrutura rígida e inflexível? 

Um comentário:

Dioney disse...

Tamar,
As variações em uma língua sempre existirão. o português padrão não é bem uma língua, pois não se constrói e nem muito menos se mantêm em uma comunidade de fala. Não devemos confundir a variação das línguas naturais com a artificialidade do padrão. Devemos, sim, tratar este último como um outro código a ser apresentado ao aluno. Corrigir a língua brasileira? Jamais! Propor a convivência harmônica entre o português e o brasileiro é um bom ponto de partida. O caminho e o ponto de chegada, só o futuro do nosso trabalho vai nos mostrar.
Abraços.
Prof. Dioney