sábado, 27 de dezembro de 2008

Blem Blem Blem ... é Natal...

Quando menos se espera é Natal. 

Natal quer dizer muitas coisas: 

Que Cristo Nasceu;
Paz e Amor entre os homens;
Que é momento de presentear;
Que é melhor dar que receber;
Que o ano mal começou e já terminou!

Isso mesmo...

Quando tiramos todas as frases feitas, vemos apenas o tempo... tempo de repensar o novo ano e pensar que um ano foi pequeno pra o quanto se produziu... 

Enfim..

Já Brindamos o Natal e que venham os próximos com papais noeis azuis, verdes.. ops.. Mas não era vermelha a roupa do Bom Velhinho??? 

O que um ano não faz com as coisas! ... até o Papai Noel muda de cor ao sabor do político de plantão.

O fato é que o político muda, mas o Papai Noel está sempre de volta, não importa a cor que assuma... Será que algum dia ficará Verde e Rosa???

Assim se passam los dias.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O que seria da vida se não fossem as memórias?

Há dias estou pensando e repensando, revendo às páginas da minha história com os livros. Este exercício me fez perceber a enorme lacuna que existe na minha vida de leitora, pois há livros imprescindíveis que ainda não tive como acariciá-los, ou melhor, não tive o prazer de percorrer por suas ruas e becos. Na profissão que escolhi, a leitura é fundamental e como amo ler e adoro lecionar, transformo tudo isso num prazer a parte. Sinto apenas falta dos livros que ainda não li, mas que em breve lerei.


Evocar as lembranças é essencial, pois só conseguimos arquivar lembranças de situações que foram vividas intensamente. E é assim que me sinto ao recordar os meus primeiros passos no mundo das palavras. Era muito pequenina quando minha mãe contava histórias da bíblia, de forma tão fantástica, que me transportava no tempo e no espaço, sentia-me percorrendo as ruas daquelas cidades, pisando nas pegadas daquelas personagens.


Não me lembro das histórias que contavam nos meus primeiros anos de escola, talvez por que não contassem mesmo, ou porque o único livro devíamos ler era a Cartilha Caminho Suave, adotado pela escola. Mas, minha tia, muito ligada em leitura, presenteava-nos, constantemente com livros e discos de histórias, lembro-me de várias histórias fantásticas: Alice no País das Maravilhas, Os Cisnes Selvagens, Pele de Asno, entre outras.


Algumas histórias eram proibidas em minha casa, o programa de rádio Histórias que o Povo Conta, era um dessas narrativas proibidas, pois o locutor, com uma voz cavernosa, narrava contos de terror, superstição e suspense, mas eu e meus irmãos ouvíamos às escondidas. Algumas dessas histórias ficaram marcadas para sempre. Talvez por isso, eu lia muito Stephen King, na minha adolescência. A sensação de ler algo proibido e que causava medo e terror era inexplicável. Somente depois de adulta, descobri o motivo da proibição: minha mãe sofrera muito na infância, pois os adultos utilizavam essas histórias de terror para dominar a mente das crianças e isso fez com ela tomasse a decisão de não criar os filhos sob a premissa do medo, daí ela abominava essas histórias.


Outra grande influência de leitura na minha vida foi a convivência com o meu pai, que lia histórias todas as tardes, além disso, ele era mais que um contador de histórias nato, era um criador de histórias a causos. O filme que sempre me lembra meu pai é Peixe Grande, com todo o universo fantástico presente nas histórias engendradas pelo personagem.


Na escola, das minhas séries iniciais, tinha uma biblioteca e, já na quarta série, pegava alguns livros, apesar de não me lembro de incentivo das professoras, gostava de ler e meu irmão mais velho lia sem parar, eu seguia-lhe os passos.


Fui me consolidar como leitora de fato, no ano que reprovei a sexta série, do Ensino Fundamental, a escola tinha uma biblioteca imensa, era uma escola de Ensino Médio, e lá me fartava de ler, nos horários das aulas desinteressantes. Foi a essa época que devorei toda a coleção vaga-lume e suas várias histórias, lia em média dois livros por semana. Quando terminei os livros infanto-juvenis, iniciei a leitura de outros mais densos, foi aí que conheci Macunaíma, A Hora da Estrela, A Mão e Luva, O Alienista, e tantos outros que não conseguia compreender muito bem, mas lia assim mesmo. Talvez tenha nascido aí a minha aversão por Iracema e suas imensas descrições, as quais somente fui compreender no Ensino Superior.


Minha experiência mais marcantes com os livros foi no Ensino Médio, cursava Escola Normal e tive excelentes professores em todas as áreas, mas nunca hei de me esquecer dos meus professores de Língua Portuguesa Orivaldo Melo e Fernando Moura, pois eles abriram as portas para vôos mais altos, foi lá que conheci Albert Camus com o Estrangeiro, ouvir falar pela primeira vez em Balzac, de forma tão fantástica que sentia vontade de ler-lhe as obras, João Guimarães Rosa foi aí, que relendo Clarice Lispector e Mário de Andrade, pude perceber a grandiosidade dessas obras.


Daí, para escolher o curso de Letras foi só um pequeno passo. E já no ensino superior sinto-me tentada a destacar a professora Eva, pois foi ela quem me incutiu o amor por poesias, até então era encantada com a prosa, mas não tinha muita aproximação com lírico, pois achava tudo muito meloso. Quando a professora de Teoria Literária apresentou, na segunda aula, o texto A Mulher e a Casa de João Cabral, percebi que daquele dia em diante minha relação com a poesia se tornaria bem mais próxima.


Outra pessoa chave na minha vida de leitora foi a professora Lívila, ela falava com tanta paixão de cada texto literário que apresentava em sala, que não pude deixar de comprar, por exemplo, toda a coleção de Machado de Assis, pois não bastava ler, era preciso ter sempre a mão. Além disso, comecei a entender melhor Clarice Lispector e passei a amá-la ainda mais.


O mestrado me fez ler ainda mais, esse momento foi fundamental para me colocar frente a frente com as obras que não conhecia ou que não tinha coragem de encarar, como Ana Karenina de Tolstoi ou Irmãos Karamazov e Crime e Castigo de Dostoievski, toda a mitologia Greco-Romana, mitologias de outros povos, a literatura fantástica e várias outras obras que, a partir daí, comecei a escarafunchar.


Este curso tem apenas reforçado a necessidade da leitura constante, além do domínio das teorias, saber dedicar-se a um bom livro literário é de capital importância, pois como diz Edgar Morin em sua obra Os sete Saberes Indispensáveis à Educação do Futuro, somente teremos acesso à compreensão humana a partir da leitura do texto literário, pois é lá que se encontram projetadas as grandes lutas existenciais dos seres humanos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda

A obra Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda é um texto que trata da formação cultural do povo brasileiro. Inicia-se com uma exposição da formação do povo da península ibérica, apresentando aspectos culturais que são importantes para a percepção da identidade de nosso colonizador. Segundo o autor, o povo português se difere do povo espanhol por ser este ladrilhador e aquele semeador, ou seja, enquanto um planeja o seu espaço, o outro apenas o ocupa à revelia, pois o interesse aventureiro acaba por fazer do improviso a marca mais forte da colonização portuguesa. Ao traçar o perfil do povo português em contraposição ao povo espanhol, já delimita elementos formadores de nossa cultura e nossa língua. É importante trabalhar esses aspectos como base de formação do estudante de língua portuguesa, pois a consciência de identidade é fundamental para a ação cidadã, aquela que valoriza o homem não como o indivíduo dissociado, mas como sujeito com todas as características a ele inerentes. Destarte, entender os fundamentos da educação, economia e percepções lingüísticas desde a formação do nosso país é um fato que deve ser relevante nas discussões das aulas de língua portuguesa. A obra apresenta um panorama histórico desde antes da chegada dos portugueses no Brasil e coloca em grande relevo o papel dos alentejanos na formação da identidade nacional, chega a afirmar que os desbravadores de outros países europeus, como foi o caso dos holandeses, pouca influência tiveram na formação cultural do brasileiro, essa análise nos levou a pensar a fusão cultural ocorrida no Brasil com três elementos apenas: o branco como sinônimo dos portugueses; o índio, sem levar em conta a grande variedade de tribos e culturas aqui existentes; o negro, desprezando sua cultura de base. Apesar dessa exposição, sabermos que houve mais influências que essas, ate porque, houve uma série de influências culturais de outros povos, como é caso do sul do Brasil que tem uma formação cultural mais próxima dos emigrantes de outros países da Europa. Sérgio Buarque aponta vários traços marcantes da nossa cultura e apresenta as raízes desses comportamentos: o processo de construção de nossas cidades e a demora em povoar o interior do país, como característica de um colonizador que não tinha intenção de ampliar os limites de seu país, em decorrência da concepção de que as terras descobertas eram apenas um espaço a ser explorado; a idéia de que o trabalho manual tem menor prestígio, gerando uma sociedade, na qual a elite é composta por ociosos, que exploram a mão-de-obra dos menos favorecidos, sem valorizar adequadamente os serviços prestados; a demora em instalar universidades, ao contrário dos espanhóis em suas colônias, gerou no Brasil uma intelectualidade superficial e elitista; a economia a base dos grandes latifúndios, gerou uma cultura familiar, e uma mistura entre família e estado, o que vai favorecer o que, na obra, é denominado homem cordial, o qual tende mais para a acomodação e busca encontrar sempre uma forma de concordar, mesmo que os pensamentos sejam conflitantes, esta concepção deriva da idéia de que obediência é concordância plena e indiscutível, fato que favorece o estabelecimento das ditaduras. Outro aspecto ligado à cordialidade é a intimidade excessiva e falta de formalidade, fato comprovador é o uso de palavras no diminutivo, e a queda dos pronomes pessoais “Tu” e “Vós”, amplamente substituídos pelo pronome de tratamento “Você(s)”. Outro aspecto a ser destacado na obra é a formação da língua geral. Com a interiorização dos paulistas em busca de riquezas no interior da Colônia, houve um desligamento destes dos povos litorâneos, iniciando a formação de uma língua, que é uma mistura dos falares indígenas, espanhol e português, a qual será conhecida como língua geral paulista. Com a chegada de D. João com toda a sua corte, a percepção de que um novo idioma estava se formando, tornou-se mais forte. Daí, a necessidade de “unificação” da língua portuguesa a partir da imposição, fato que gerou inúmeros genocídios Brasil afora e criou a lenda de uma língua estática. Há um viés crítico na obra que apresenta vários problemas na formação da personalidade do brasileiro, assim como na identidade nacional, que, segundo o autor, foi forjada a partir da concepção da cordialidade e da improvisação, a partir do espírito aventureiro em contraposição ao espírito trabalhador. Fato esse que nutre, ainda hoje, condutas de favoritismo e pessoalidade nas relações de poder. De acordo com Sergio Buarque, somente haverá libertação e uma nova identidade nacional quando houver uma revolução de costumes e de concepções.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Variação e Mudança

A lingua é comparável aos seres vivos: nasce, se desenvolve, se reproduz e morre. Será tão louca essa afirmação?

Vamos olhar de perto o caso da Língua Portuguesa, tão usada pelos nossos falantes, dos mais exluídos socialmente aos mais cultuados escritores como Camões, Carlos Durmmond, Clarice Lispector ( só pra manter o paralelismo do C).

Conhecemos a Língua Portuguesa desde pequeninos, quando começamos a balbuciar as nossas primeiras palavras e nem sequer nos damos conta de que um dia essa língua sequer existiu.

Antes de existir a Língua Portuguesa, o Latim, língua chamada mãe de vários outros idiomas, já esxistia e foi espalhada pelos romanos em grande parte da Europa. Apesar de saber que essa foi uma lingua importante, não temos notícia do seu nascimento, já o conhecemos como uma língua formada e muito usada, por um grupo muito grande de pessoas, o que favoreceu a mudança e a multiplicação do idioma em vários outros(Castelhano, Francês, Romeno, Galego, Portugês, entre outros).

O Latim foi imposto como língua oficial pelos romanos, mas com o uso e as mudanças tão naturais que ocorrem com as línguas, ele foi absorvendo influências de outras línguas já existentes e foi assumindo novas formas na boca dos falantes, o que fez nascer novas línguas.

Em Portugual, houve uma transição do Latim para o Português, e como nessa época já havia registros, percebemos uma oscilação na forma de grafar várias palavras. Essa forma foi se consolidando a medida em que assimilava influências das várias línguas dos vários povos que passaram pela Peninsula Hibérica.

Assim como em Portgual, no Brasil a língua Portuguesa se misturou a várias outras línguas, não havendo como fugir das interinfluências de uma língua sobre outra. Até porque quando os portugueses aqui chegaram, econtraram uma série de tribos indígenas, com suas culturas já estabelecidas, bem como as suas linguas estruturadas.

Houve uma imposição de uso da Língua dos dominadores, o que fez com que a língua portuguesa que aqui se estabeleceu, acabou assimilando várias influências de linguas que hoje não existem mais. E como língua é poder, criou no Brasil a crença de que existe uma língua perfeita, que a maioria das pessoas não sabem usar, e por isso não sabemos português.

Mas o fato é que a Língua Portuguesa, que foi imposta aos demais falantes existentes no Brasil e aos vários outros que aqui chegaram, sofreu várias modificações que naturalmente ocorrem com o uso da língua. Daí que temos hoje duas línguas paralelas: O Portugês Padrão, ensinado na escola; e o Português Brasileiro, utilizado por todos.

Por esse motivo a escola ensina uma língua que não está internalizada pelos falantes de forma atrificial, o que geral uma série de conflitos de uso e uma insegurança imensa. Devemos encontrar um método de ensino que valorize a competência do falante, e qeu, como diz Pedro Celso Luft, trabalhe com a gramática internalizada, ampliando o conhecemento da lingua e das possibildiades de uso.

sábado, 23 de agosto de 2008

Variações Linguísticas

Há algum tempo estamos discutindo o processo de variação de uma língua, isto é, a forma como a estrutura da língua vai assimilando novos usos. E isso tem me deixado inquieta, pois se a língua muda de forma tão acentuada, o que fazer para ensinar a língua portuguesa padrão com suas peculiaridades gramaticais e conviver com as mudanças.Estamos diante de um impasse complexo: Alguns pensam em não corrigir a fala, outros acreditam que é fundamental corrigi-la, adequando-a à gramática normativa. E, como diria Pessoa, "assim nas calhas da roda, gira a entreter a razão" de forma que um número cada vez maior de seguidores das nomenclaturas e da gramática tradiconal, levantam bandeiras para julgar a fala das pessoas, nas ruas, nas escolas, nos hospitais, por toda parte, mesmo aquelas pessoas que nada tem a ver com a área de estudo da língua, julgam as pessoas capazes ou incapazes pelo uso que fazem da língua.  Mas, o único fato é que a língua é do falante e sem ele não existiria. Esse argumento se comprova a medida que avaliamos o Latim, por exemplo, que é uma língua com estrutura gramatical definida e bem descrita, mas sem falantes e por isso mesmo é uma excelentíssima Língua Morta. Isso prova que a vida da língua está intimamente ligada ao falante. Se a Lígua é do falante, como é que queremos enquadrá-la numa estrutura rígida e inflexível? 

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Caminhos e Descaminhos: uma relfexão sobre o fazer pedagógico

Sempre pensei sobre o meu processo de formação e sobre o prazer que sinto em trabalhar a educação, mas esse curso veio fortalecer essas inquietações que vivem dentro do meu ser. Pensar sobre o que é ser educador e como são os caminhos que percorro para a construção do meu fazer cotidiano leva-me a trajetos impensados...Desde o início desse curso sabia que seria avaliada pela produção de um blog. Agi maquinalmente, se esse é o instrumento avaliativo, vamos a ele. Até então tinha tentado fazer um blog, mas sem muito sucesso. O fato de não escrever diariamente fazia-me hesitar. Mas, como esse era o instrumento avaliativo, repito, passei a construção, da mesma forma como faria qualquer atividade que fosse proposta. Qual não foi a minha surpresa, quando o professor Dioney entra na sala e diz: “Só vou entrar nos blogs para os quais for convidado. Se quiserem ter minha presença e julgarem importantes os meus comentários, que façam o convite formal.”Minha primeira reação foi rir, achei aquilo muito engraçado, pois como o professor pede um instrumento avaliativo e só vai avaliar caso eu o convide? COMO???Esse como me levou mais uma vez aos caminhos e descaminhos do processo avaliativo, sempre tão presentes na prática pedagógica. Passei a ver as possibilidades de avaliação por um outro prisma. Até então, por mais formativo que fosse o processo, sempre pensei meios de estimular e até mesmo ‘coagir’ o aluno a produzir. Quando digo coagir, refiro-me às peripécias criativas com que amarro sempre todo o semestre ou bimestre letivo, levando o aluno a produzir, às vezes contra a sua própria crença em sua capacidade de produção de algo novo.Alguns questionamentos nasceram, até porque essa idéia ficou colada na minha cabeça, o que de imediato soou como inusitado, foi se consolidando e se materializando como um ideal a ser alcançado: alunos produzindo por vontade de ver nascer o novo; pessoas que apresentam seus trabalhos não como uma coisa pra ser lida apenas pelo professor. Isso implicará numa revolução no formato de escola que estamos acostumados a freqüentar, seja como aluno, ou como professor. A escola como está construída, com os seus paradigmas avaliativos, inclusive, engessa o processo de produção do conhecimento. E é por pensar nisso que levanto alguns questionamentos: Se estudamos para construção de conhecimento, por que fechamos o ciclo no professor que recebe a informação por nós registrada numa prova ou num seminário e não vamos além? Será que as coisas não caminhariam melhor caso nós nos sentíssemos tão à vontade com os nossos mestres que estivéssemos dispostos a dialogar com eles sobre os conhecimentos que produzimos? Afinal, para que estamos na escola e com que finalidade se constrói diálogos sobre tantas questões, sejam elas históricas, sociais, artísticas, exatas ou políticas?Pensamos projetos pedagógicos para discutir o papel social da literatura, o papel social da matemática, o papel social de tantas coisas, mas não pensamos qual o nosso próprio papel social  e como exercemos isso em nosso profissão.