A evolução da organização social, desde o Renascimento até a Era Tecnológica, deve-se em muito ao desenvolvimento das técnicas de leitura e escrita. A partir do domínio da escrita, por partes mais significativas da sociedade, abriu-se caminho para a produção de novas formas de expor conhecimentos e informações.
Na medida em que as técnicas de leitura e escrita passaram a ter espaço de maior privilégio, as produções tornaram-se mais específicas e organizadas. Assim, os tipos textuais – descrição, narração, dissertação, injunção e exposição – são transpostos, paulatinamente, da oralidade para escrita.
Os discursos que se entrecruzam na oralidade assumem formas específicas quando aparecem transcritos, essas formas são denominadas gêneros. Estes se delineiam em estruturas minimamente fixadas, apesar de não serem estáveis do ponto de vista histórico. Desta forma, podemos nos deparar com um gênero escrito no século XVI apresentando uma formatação diferente da forma como se apresenta no século XXI. Podemos citar como exemplo as receitas, os contos, a poesia, o texto jornalístico, o artigo jornalístico que é diferente do artigo científico, entre tantas outras possibilidades.
Como tudo é discurso, há sempre a junção de tipos diversos em um mesmo gênero e, outras vezes, traços de vários gêneros em um mesmo texto, assim, não raro acontece a interação de gêneros e tipos, o que Marcuschi chama de intergenericidade.